Por: IP Ana Carolina Bett de Oliveira
Ordo Supremus Militaris Templi Hieroslomytani (OSMTH) Porto - PT
Priorado do Rio de Janeiro
Irmãos, imaginemos a seguinte cena. Em um bar, à noite, vemos uma pessoa bastante alterada. Bebeu muito, começou a cantar alto, a contar vantagens, a comportar-se de maneira inapropriada bebeu mais ainda, e suas atitudes, por conta da embriaguez, incomodaram os presentes. Depois de beber muitos copos, a pessoa deixou o bar, dirigindo alcoolizada, por pouco não causou um acidente e perdeu a própria vida, além de colocar em risco a vida de muitos. Por um milagre, conseguiu chegar em casa, mas os transtornos não se encerraram. A família teve de aguentar o comportamento daquela pessoa. Mais uma vez lamentaram que seu ente querido tenha caído no vício do álcool. Mais uma vez pediram a Deus que livrassem aquela pessoa deste sofrimento.
Triste, não é? Mas continuemos a imaginar. Imaginemos que esta mesma pessoa considera-se cristã. E mais ainda, imaginemos que esta pessoa pertence à Ordem do Templo.
Como encararíamos isso?
E é com este estudo de caso que discorrerei sobre uma das maiores virtudes de um cristão: a Temperança.
A palavra temperança significa basicamente equilíbrio. Uma pessoa que age com temperança é moderada em todos os aspectos de sua vida. Não exagera, não se deixa levar por impulsos, paixões desenfreadas, instintos nem sempre louváveis. Enfim, uma pessoa que pratica a temperança agrada a Deus, pois assim Ele pediu que agíssemos.
Se trouxermos este conceito para o estudo de caso a cima, vemos que esta pessoa não agia com temperança, e isso lhe custou muito. Adquiriu um vício que acaba lentamente com sua vida, coloca outros em risco e causa transtornos a muitos a seu redor, principalmente sua família. A falta desta virtude conduziu esta pessoa a um caminho desesperador, colocou-lhe grilhóes, fez dela escrava de um mal. Não é isso que Deus quer para nenhum de seus filhos.
A temperança serve para que nós vivamos nossas vidas sem apego a nada deste mundo. Serve para que não caiamos em ciladas, e nem para que não percamos nosso foco. Um cristão que pratica a temperança é disciplinado, sabe que sua vida não é neste mundo, portanto sempre procurará apegar-se apenas ao que o leva a Deus.
Há mais um detalhe: no estudo de caso que propus, a pessoa em questão era pertencente à Ordem do Templo.
O que ocorre é que a sociedade, quando sabe que determinada pessoa pertence a uma ordem religiosa, cobra um certo comportamento padrão e, quando essa expectativa não é atingida, não é a pessoa que tem sua imagem denegrida, mas sim sua fé e sua Ordem.
Um verdadeiro Cavaleiro não deixa que seu comportamento macule sua Ordem, pois esta mesma Ordem foi fundada com o aval do próprio Deus, o que a torna sagrada. Manchar a reputação de uma instituição é o mesmo que desonrar o Deus que a ideallizou.
Conclui-se então que a Temperança é uma virtude sem dúvida alguma fundamental para a formação de um verdadeiro filho de Deus. A Temperança o afasta do mal, impede que o maligno lhe coloque grilhões, que o torne escravo. Essa virtude desapega o homem do mundo, o que lhe permite viver aqui sabendo que sua verdadeira pátria é o Paraíso. Sabendo disso, o homem vive verdadeiramente livre. Por fim, a Temperança impede os maus julgamentos por parte de outros. Não só o cristão evita o pecado como evita que outros pequem. Eis o motivo pelo qual esta virtude deverá sempre ser cultivada por todos os Cavaleiros de Cristo.
“Non nobis, Domine, non nobis, Sed Nomine Tuo da gloriam!”
Saudações!
Ana Carolina Bett de Oliveira
Equipe TempleProject
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